terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Bela e a Fera

Nossos alunos foram conferir de perto a magia do teatro.

















terça-feira, 7 de setembro de 2010

Qual deve ser o papel da Escola?

Em tempos de SARESP, ENEM, PROVA BRASIL...observamos a corrida dos educadores e instituições educacionais em busca da qualidade de ensino. No entanto, será que estamos realmente preparando nossas crianças e jovens para aquilo que realmente é e será importante para em suas vidas?

Reproduzimos aqui artigo publicado no Blog da Beta que discute essa questão. Vale a pena conferir.


Temos que resolver, de uma vez por todas, o que queremos da educação. Passar em exames baseados no sistema vigente ou desenvolver nossa população para um mundo que está por vir, mas que já apresenta suas demandas de forma concreta agora? Nossas autoridades estão sempre pensando nos exames, dai o problema para atingirmos o que o primeiro mundo conseguiu em 2003. Nós vamos atingir esse mesmo patamar, se tudo correr bem, apenas em 2020! Será que isso é algo desejável? Claro que não. Por que não pensar que devemos mudar o paradigma e tentar sair na frente, propondo um ensino diferenciado e criativo, já que não temos a possibilidade de atingir uma posição de país de primeiro mundo, indo pelo caminho atual. Podemos ser melhores, é claro! A única estratégia inteligente para quem se atrasa muito é mudar totalmente a linha de atuação – tendo em vista que o modelo vigente claramente não está dando certo. Porque os melhores colégios são os que aprovam no ENEM? Antes era o Vestibular: o que mudou? O nome. Não representa melhoria do padrão de qualidade o fato de os jovens passarem nos exames. Significa sim que estão ajustados, adequados, formatados de maneira absoluta àquilo que de mais atrasado existe em termos de modelo educacional.

O que está sendo ensinado aos jovens? Peguem a prova e vejam. Qual a física? Quântica, Teoria da Relatividade? Filosofia? Eles sabem sobre os buracos negros? Já estudam a química quântica? Estudam Imunologia? Sabem da liquefação do oxigênio? Estudam a radiação no átomo de urânio? Sabem da conversão das ondas do rádio em som? O que sabem da mecânica matricial? Sabem que o desenvolvimento mental tem quatro estágios que foram descritos desde 1929?

Poderíamos listar centenas de conhecimentos que não entraram ainda nas escolas e que já figuram nos meios científicos a mais de dois séculos. Não, eles aprendem tudo que está nos livros didáticos, já superados por novas teorias. Em matemática são desafiados a demonstrarem os teoremas de outra forma ou a repetir os modelos dados por seus professores? Tudo é repetição para eles e dai dizerem, no final, que formaram os jovens, o que significa dizer que os colocaram “na forma”.
Ficam os jovens o dia inteiro na escola preparando-se para os exames. Se fosse uma coisa normal, estariam jogando e brincando, pois faz parte do desenvolvimento da espécie. O animal humano tem necessidade de brincar, tudo deve ser um jogo, inclusive a escola que é o principal ponto de encontro dos jovens. O exame viria para verificar aprendizagem, não para verificar se os indivíduos decoraram os pontos dados. A programação escolar deve conter muitas visitas à comunidade, pois os jovens não conhecem nem a cidade onde moram. Não vão ao teatro, exposições, centros culturais, fábricas e centros de produção de alimentos. Se fosse dada uma prova contendo a vida, eles não passariam. Isso acontece porque a vida não tem importância? Porque os pais e educadores estão querendo saber quanto de conteúdo seus alunos e filhos tem acumulado? Todos se esquecem que esses conteúdos não vão servir para nada no futuro, nem sequer no futuro próximo! O mercado de trabalho não quer saber o que eles sabem, mas o que conseguem criar. O importante na era do conhecimento é a CRIATIVIDADE.

Para passar nestes exames, basta um treinamento organizado para todos serem aprovados. Mas para ser criativo, são longos anos trabalhando com uma metodologia diferenciada e nem todos conseguem, no final da empreitada, os resultados ótimos. Logo, e muito difícil trabalhar o jovem para ser criativo, mas esse é o destino do ser humano. Repetir o que já foi feito, as máquinas podem fazer, não sendo trabalho para o homem – esse ficará com a espinhosa tarefa de inventar o novo. Como podemos falar ainda em “conteúdo”? Os professores deveriam estar preparados para propor trabalhos em dinâmica de grupo e o resultado seria sempre diferenciado, pois mesmo com um conteúdo idêntico teremos resultados sempre novos, pois em dinâmica de grupo as combinatórias são diversas. Toda a tecnologia é usada a serviço de uma antiga pedagogia, logo não muda nada. Ela deveria ser utilizada pelos alunos e não pelos professores. Tem que haver uma mudança do ponto de vista. Os alunos é que deveriam dar as aulas: deixem eles falarem. Como diz Lauro de Oliveira Lima “O professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”. Seré que os professores entendem a mensagem contida nesta frase? Ele esta dizendo: não falem, não dêem aula expositiva, mesmo que seja com o data-show, porque continua a ser uma aula expositiva com apoio tecnológico. Deixem os jovens lerem, estudarem, fazerem perguntas que esse é o segredo para uma aula realmente interativa. Quem tem que responder são os seus pares; o professor fica apenas como o orientador da aprendizagem. Vamos convencer o professor que o papel dele, modernamente, é ser como o técnico dos times. Ele não joga, deixa os atletas jogarem.

Analisando artigos sobre a questão dos exames, fiquei surpresa em saber que um dos “mandamentos” das escolas que estão no topo do ranking, as chamadas “escolas de sucesso”, é manter um “canal aberto entre professores e alunos”. Surpreendente! E eu que pensei que isso era a regra para ser professor! Então tem gente que ainda não faz isso e se diz educador? Sempre achei que para ser professor, era preciso gostar de estar com os alunos, mas parece que, curiosamente, apenas alguns fazem isso. O Professor Lauro de Oliveira Lima diz que “antes de querer ser um sábio, todo aluno quer ser amado”. Logo, não existe escola sem interação entre corpo docente e discente, e o discurso das tais escolas de sucesso é uma enorme balela – que a gente é obrigado a engolir através da mídia.


Por que será que os jovens precisam ir a escola no sábado e domingo, fazer provas? Será que a semana, em horário integral, não é suficiente para cumprir todas as tarefas? Será que o planejamento foi bem feito? Todos, até mesmo os animais, quando trabalham precisam de descanso, mas parece que as escolas acham que isso é um serviço a mais, que satisfaz aos pais? E os jovens, o que acham deste sacrifício? Eles já acham a escola um sacrifício, quando mais seus sábados e domingos. Estes educadores se acham acima do bem e do mal. Não entendem que estes jovens precisam ler, estudar coisas de seus interesses particulares, se encontrarem, irem ao cinema, pois tudo isso faz parte da vida e todos os anos são únicos em nossas vidas. Fica a sensação de que todo esse movimento angaria dividendos políticos para as autoridades educacionais, que “mostram serviço” à custa de um esforço adicional alheio, onde os que se esforçam não foram consultados sobre a conveniência disso.A presença dos pais na escola deveria ser uma coisa natural, já que a educação é conjunta. Não é possível educar sem a participação efetiva da família, e não há porque tornar isso um fator diferencial? Todos os pais devem estar dentro das escolas de seus filhos para melhorar a interação entre a família e seus educadores. Os pais devem levar a escola suas experiências de vida para transmitirem às novas gerações. Sugiro aos pais preocupados com os exames que seus filhos vão prestar verem o filme “SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS”, porque podem tirar dali alguns ensinamentos preciosos , vendo seus filhos de maneira diferente.

Lembrando ainda que esses jovens definem muito cedo suas carreiras, sem base para isso. No passado, com a permanência das profissões e com a necessidade definir o que se queria fazer antes de entrar na faculdade, isso era uma prática (que já não dava muito certo, mas enfim...). Hoje isso é uma verdadeira charada, porque as profissões estão desaparecendo com muita velocidade, dando lugar a outras tantas que vão surgindo rapidamente, em decorrência da tecnologia envolvida nos processos.
Se há uma exigência que deve ser feita hoje, pelos pais, é de que a escola ensine seus filhos a pensar.

Nada mais.
Beta

sábado, 4 de setembro de 2010

Redes sociais fazem jovens escreverem mais

Reproduzimos aqui matéria do Porta Aprendiz, trata-se de uma discussão entre linguístas e educadores, sobre a relação do jovem com a escrita. Vale a pena conferir.


Desirèe Luíse,
Portal Aprendiz

Os jovens nunca escreveram e se expressaram tanto como atualmente. A conclusão é de especialistas em linguística e educadores presentes no debate “A língua praticada nas redes sociais e a construção da identidade”, que aconteceu no sábado (14/8), na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Com as redes sociais, o jovem pode se expressar de maneira a afirmar melhor sua identidade, já que não é obrigado a produzir apenas o que o professor determina em sala de aula. “O fato de escrever mais é importante para percebermos a identidade do jovem, o que está pensando”, disse a jornalista da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), Ciça Lessa, que mediou o debate.

“A língua é parte constitutiva da identidade. Um blog tem características de um diário pessoal, mas não é para ficar na gaveta. Tem um caráter de informação de acordo com quem escreve”, afirmou a especialista em estilística e professora, Guaraciaba Micheletti. “No blog de uma adolescente, toda a subjetividade dela está marcada ali e quem comenta nesse blog também tem o mesmo perfil. Quando são obrigados a fazer seminários na escola, eles se expressam de forma diferente”, completou.

Os debatedores ainda afirmaram que são falsos os temores de que a Internet e as novas redes sociais causaram a morte da língua culta. “Ouvimos que o português vai muito mal, que está em decadência, e que o ‘internetês’ é a prova disso. Mas antigamente escrevia-se em um pergaminho de couro. Como era caro, para aproveitar aquele espaço pequeno, eram utilizados vários sinais. Na Internet, o espaço também é pequeno. As abreviações e símbolos voltaram”, analisou o linguista Ataliba Castilho.

De acordo com o professor titular de português da Universidade Federal do Paraná, Carlos Alberto Faraco, a língua se transformar é algo natural. “Os falantes ajustam às necessidades do seu uso. Na Internet, não tem e nem poderia ter as mesmas características de outras linguagens. É preciso abreviar para dizer muito em pouco tempo”, afirma.

Professores e pais se assustam com as novas linguagens, mas, para Faraco, não há dificuldades para operar com vários tipos de escritas. “O chat e o blog têm características da fala, mas não destroem a linguagem culta”.

Escola x linguagem

Os alunos precisam saber que há a norma culta e atuar com ela, de acordo com a professora Guaraciaba, o que não exclui as linguagens utilizadas na Internet. Para Faraco, os educadores devem atuar em constante ‘tensão’, “porque o jovem precisa perceber que pertencemos a múltiplas tribos. Não podemos cair no monogenismo”.

No entanto, a maioria das escolas brasileiras não tem trabalhado com essa diversidade de escritas. “Progressivamente está surgindo um olhar para as redes sociais. Isso, porque os educadores são de diferentes gerações. Aqueles que estão próximos das práticas novas, certamente fazem esforço para aproveitá-las. Agora, quem não está, não faz o mesmo”, analisou Faraco.

Os especialistas concordaram que a escola está diante de uma encruzilhada, porque tem sofrido uma pressão social grande da difusão do conhecimento, da circulação da informação e da prática da escrita. Ao mesmo tempo, o sistema escolar ainda não tem recursos e meios para se adaptar integralmente, respondendo à situação.